POR 53 VOTOS A
16, SENADO APROVA PEC DO TETO EM SEGUNDO TURNO
Por 53
votos a 16, o Senado aprovou nesta terça-feira (13), em segundo turno, a
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece um teto pelos gastos
públicos pelos próximos 20 anos. Como já foi aprovada pela Câmara, a PEC do
Teto deve ser promulgada na próxima quinta-feira.
Entenda
o que foi aprovado hoje:
O
que a PEC propõe?
Ela define que a
partir de 2017, as despesas de Executivo, Legislativo e Judiciário federais não
poderiam ter aumento real, estando limitadas à correção pelo índice de inflação
(IPCA) do ano anterior.
Qual
é o objetivo da medida?
O objetivo da PEC é
reverter a tendência inercial de aumento dos gastos federais e com isso o
aumento da dívida pública. De 1997 a 2015, a expansão anual média das despesas
foi de 6% acima da inflação. De 2008 a 2015, isso se acentuou e elas cresceram
50% acima da inflação enquanto a receita subiu apenas 17%.
Esse processo, somado
com a queda do crescimento, fez a dívida pública disparar 12 pontos percentuais
em relação ao PIB só entre o final de 2013 e de 2015. Ela já está em 61% do PIB
e pode chegar a 80% já no final de 2018, muito acima do padrão dos países
emergentes.
Por
quanto tempo dura?
O teto terá validade
de 20 anos. A partir do décimo ano, o presidente poderá propor ao Congresso uma
mudança na metodologia de cálculo que valeria para os anos seguintes.
Como
ficam Educação e Saúde?
Os gastos com
Educação e Saúde deixariam de ter porcentagem vinculada à receita e passariam a
ser apenas corrigidos pela inflação.
Esse seria o piso e
nada impede que o Congresso decida colocar mais recursos nessas áreas, mas para
isso teria que retirar de outras. O mérito da medida é explicitar essas
escolhas do Legislativo, mas não diz nada sobre como elas serão feitas.
“O teto é parte
fácil; a parte política difícil vem depois, quando tiver que decidir o que vai
cortar, como gastos sociais. Como querem fazer o ajuste de longo prazo no
curto, ele fica muito draconiano para poder trazer credibilidade”, diz André
Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos.
Entre 2003 e 2015, os
gastos com saúde e educação subiram em média 6,25% e 8,5%, respectivamente, ao
ano acima da inflação (medida pelo IGP-DI).
A aposta agora é em
melhorar gestão e qualidade com o gasto corrente, mas resta saber se isso vai
mesmo acontecer e será suficiente. “O que nós temos que discutir é a gestão da
qualidade do gasto público. Isso é que tem que ser o grande foco da sociedade.
A mera alocação de recursos não é o problema”, disse Henrique Meirelles,
ministro da Fazenda. MSN.
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